O dia está tinindo
de tão novo,
de tão limpo
Vontade de ser sino
e vibrar no ar
blém-blom, blém-blom
o gozo de estar vivo
Tenho um passado
Não posso livrar-me disso
Tenho um futuro
Dele também não me livro
Mas giro no vórtice
do aqui e agora
Só o esquecimento é que condensa,
e então minha alma servirá de abrigo
Não estou no tempo, sou tempo
blém-blom
vivo, pulsante
blém-blom
entre quatro paredes
blém-blom
na rua, a céu aberto
blém-blom
na terra, no mar, no ar
blém-blom
num parêntese do universo
blém-blom
a vibrar, inaudível,
blém-blom
a batida da vida infinita